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19.11.12

Cantar pró boneco!

Uma coisinha que eu dou graças a Deus, que alço as mãozinhas aos céus, e grito obrigaaaaaaaaaaadaaaaaaaaaaaaaaa Senhor! Obrigada! Por não me teres colocado no caminho um marido cantor!
Cantor amador, cantor de fim-de-semana, cantor de sua mãezinha, cantor desafinado que não dá uma para a caixa, entenda-se!
Uma vez fomos a um restaurante onde a meio da refeição apareciam uns artistas e cantavam ópera. Haaaa, ahhhh, hum, como dizê-lo, okai, até é original, o pior é ficar com aquele peso na consciência de ir já com a comida a meio caminho da boca, ahhhhhhhhhhhhh, glup, e engolir em seco, fazendo marcha atrás com a iguaria e ficar para ali a olhar para o cantor… o estômago a roncar de fome, e o tipo LARAIIIIIIII LARAIIIIIIIIIII ÓÓoooooÓ…óoOOOOó… e nós para ali especados, assim a olhar… à espera do término de tal suplício... ÓÓoooooÓ… óoOOOOó… Laraiiiiiiiiiii!
E o terror, o verdadeiro terror que eu sinto que o cantor encontre alguma espécie de apoio em mim, e fique para ali agarrado ao meu ombro em grandes cantorias? PESADELOS com isto, pessoas! ÓÓoooooÓ…óoOOOOó… ÓÓoooooÓ…óoOOOOó… e especar-se a olhar para mim com aquele sorriso sou-cantor-e-faço-uns-biscates-em-restaurantes-italianos! ÓÓoooooÓ…óoOOOOó… e eu com cara de pessoa que ri em amarelo! TERROR!
Terror em versão poltergeist, em versão tragam-me um exorcista, era se meu rico marido algum dia se lembrasse de se pôr a cantar algo romântico só para mim com toda uma assistência por trás de lágrima ao canto do olho! And I……iaaaaaaaaaaaái… uiiiiiiiiiileeee always looooooooooooveeeeeeeeee iuuuuuuuuuuuuuuúuuuuuuú! Iúuuuuuuuuú! (nota: odeio Céline Dion, mais que tudo, mais que qualquer coisa, mais até que Tony Carreira!) Eu chorava, de certeza! E não era de comoção!
MEDO, muito medo! Mas acho que estou safa! O máximo que o Gil me cantou foi uma música que um dia escreveu, não para mim senão não sei não, mas a qual me foi dedicada, num dia de concerto na garagem de um tipo, tínhamos práí uns 16 anos e versava qualquer coisa assim: “Corre cabrinha, correeeee, CORRRRREEEEE” e cantado em grunho! Em GRUNHO! Um mimo!
Então que no Domingo estávamos nos Pastéis de Belém e uma gentil senhora se levanta, e toca de desatar a cantar, assim mesmo, com aquele sorrisinho de quem canta com mega voz, láláláaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaalálálálaaaaaaaaaaaaaaAAAAAAaaaaaAAAAAAaóooooOOOOooóoooooo!
Tudo parado a ouvir a senhora, pasteis a regressarem ao prato, canela e açúcar por todo o lado, depois do fungar de surpresa para cima do pastel… Cof, cof, qué isto pá? E mais uma vez ficar ”práli” a ouvir a senhora… láláláaaaaa…há pessoas com uma lata! Cante senhora, cante! Láláláaaaaa! Ainda aquele momento embaraçoso em que a cantora se cala, fica a olhar embevecida para o público e… silêncio… embaraço geral e… CLAP CLAP CLAP!
Outra coisa que dou graças a Deus é nunca me ter dado para ser pianista de centro comercial ou átrio de hotel… GOD… pianista de centro comercial… a sério que não sei de profissão mais ingrata (dentro do género, claro!). Ah esperem lá, um dia pensei vir a ser arquitecta, vejam lá que até tirei o curso, que graça! No meu caso mais valia ter ido para ascensorista!  Ao menos subia e descia na vida, mas fazia disso profissão!
Boa semana, caríssimos!

3 comentários:

  1. Por acaso pianista de centro comercial não achei mau de todo, não se apanha nem frio nem chuva e tem-se todo o tempo do mundo para pensar na vidinha...

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  2. O problema maior é a falta de aplausos, o silencio entre musicas...

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  3. ahahahhahah corre cabrinha corre lol

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