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31.10.12

Ó Diaaaaaaaabo! Que lá se vai o feriado!

- Bom dia! Estou a falar da EDP, estamos a apresentar uma campanha mimimimimimi… bláblá…
- Siiiiiiim… - Ó Diaaaaaaaabo! Já me vêm chagar o juízo...
- Tenho o prazer de estar a falar com?
- Julieta Iglésias.
- Excelentíssima Senhora Dona Julieta Inglesias mimimimimimi… bláblá…
- …
- Senhora Dona Julim Inglexias mimimimimimi… bláblá… isto e aquilo… mimimimimimi… bláblá…
Eu bem fico em silêncio, mas eles continuam, blábláblá… Não tenho a mínima paciência para estes tipos das “campanhas” e afins!
Por vezes, com a maior das paciências ainda insisto:
- Oiça! Quem lhe deu o meu número (Hã? Ó MELGAAAAA? Isto não digo, mas penso, ó se penso!), é que eu sou a pessoa que assinala com a cruz! Aquela cruzinha microscópica que diz qualquer coisa como “ Não autorizo que os meus dados…”, sabe do que estou a falar?
Nunca sabem bem!
- Porque se aderir… Senhora Dona Juli Iglezzzias mimimimimimi… bláblá… e isto para si é só vantagens… porque Senhora Dona Judite Inglecias, mimimimimi…
Opá! Oh meus! Chegaaaaaaaa! Nem acertam com o nome ao longo da conversa!?
Mas que é divertido lá isso é! Se eu tivesse um nome mais comum não teria metade da graça! Só por isto já vale a pena descobrir todas as “vantagens” em adquirir banha da cobra!
A esta senhora da EDP quando ela me chama “Julim Inglexias” só me apeteceu desatar a trautear musiquetas de “Rúlio” Iglésias!
E aqui vos deixo este mimo para o (último) feriado! Que pró ano, até os santos trabalham no dia 01! Mesmo as senhoras do Call Center! E que melhor que uma música linda para animar o pessoal telefonista? Todos juntos, bora lá! Traláaaaaaa láaaaaa lá! Traláaaaaaa láaaaaa lá!
Pobres Diablos, mas felizes! Assim num misto de “franciú com espanhuel” a fazer-nos lembrar os caminhos da emigração… Traláaaaaaa láaaaaa lá! Traláaaaaaa láaaaaa lá!
Todos juntos, Traláaaaaaa láaaaaa lá! Traláaaaaaa láaaaaa lá!

30.10.12

Jane Fonda vs Alheira de Mirandela

Tenho o sonho de um dia correr. Ser uma daquelas criaturas, tipo o meu marido, que se dedicam à corrida. Eu, marginal fora, de “fónes” a curtir umas músicas motivadoras, a correr qual gazela, ao fim-de-semana, logo na fresca da manhã! Ah, isso é que era!
Mas não é!
Por enquanto sou (ainda), e após “prái” 4 anos de inscrição no holmes place, fora todos os outros ginásios por onde um dia rocei o rabo, uma candidata a praticante de exercício físico.
Estou desejosa de soltar a Jane Fonda que eu sei, que bem lá no fundo (bem no fundo, por detrás da camada de celulite que me reveste as coxas!) existe dentro de mim.
Como todas as idas ao ginásio são esporádicas, não há nada que resulte, obviamente é sempre um esforço!
Gritem-me lá isso aos ouvidos! Pois!
Quando me decido a ir é sempre a mesma coisa, lá vou eu toda contente, razoavelmente vestida (a minha falta de estilo é notória até no ginásio, mas não vou com t-shirts roídas da traça, o que já é mega avanço no que concerne a estilo pessoal). Tenho umas t-shirts do holmes place, que até já confudiram um tipo magrinho que lá trabalha , que me perguntou se eu era sua colega… Puto, muda de óculos!
Chego lá toda saltitante, ainda convencida que não estou assim tão mal (convence-te, convence-te, convence…), subo toda a escadaria até à sala de cardiofitness, e tchaaaaaraaaaaaaam! Mamas perfeitas saltitam nas passadeiras, corredoras de fundo de rabos empinados atingem metas imaginárias onde toda a camada de maquilhagem será de facto de grande importância quando forem bombardeadas por aplausos efusivos! Clap, clap clap! Pessoas em bicicletas com cara de estar a fazer a coisa mais fácil do mundo! Tipos (que NUNCA farão o meu género, mas aos quais reconheço a boa forma física!) musculados que aguentam, sei lá eu como, três vezes o seu peso em alteres e cenas maradas! Pessoas impecavelmente vestidas, até para estarem ali só para transpirar!
E eu!
Acreditando mesmo que era nesse momento que soltaria a “furiosa do exercício”, que acredito habitar algures o meu cérebro (porque na real bunda já não espaço, too many cheese!)… começo por arrastar-me para cima da passadeira, ZEGUEZEGUEZEGUE, OLHAR PARA AQUELE RELÓGIO, VER PASSAR cada seguuuuuuuuundo, cada minuuuuuuuto, arf, arf, ARF, ARF… (ai pá não aguento!)… tento correr… estúpida, esqueceste-te de mudar de soutien, MAMAS À SOLTA, mamaaaaaaaas para cada lado, ai que vou ter que parar, arf, arf, ARF, ARF… (ai pá não aguento!)… o bikiniiiiii, o bikiniiiii no próximo verão… Ai tenho fome, ai tenho sede, arf, arf, ARF, ARF… (ai pá não aguento!) …
Quase em desmaio de esforço começo a levitar, a sair de mim, a pairar por cima da minha cabeça à roda, à roda! E o que vejo? O que vejo apenas?
A Alheira de Mirandela em que me transformei!
Assim mesmo, uma Alheira de Mirandela, mole, a tentar endireitar-se… Jane Fooooooooonda! Janeeeeeeeeee! Tens quê? 120 anos? Como consegues? Janeeeeeeeeeeee!
Nada! Apenas a Alheira! Arf, arf, ARF, ARFeeeeeee… (ai pá não aguento!) … feeeeeeeee!
Piro-me dali, em esforço evidente para não cair… aqueles segundos quando saímos da passadeira em que se está mesmo a ver que pode dar malhanço monumental… aquela sensação do chão ainda a mexer… arf, arf, ARF, ARF… (ai pá não aguento!) …
Atiro-me em voo picado para o tapete dos abdominais, acreditando que descansarei! Puro engano! Vindo das profundezas, um tipo com uma t-shirt de “Staff” encara-me de frente: “Oiça, consegue melhor que isto, vá lá pôr uns pesos nos tornozelos…”. 
Deitada, barriga para cima, mamas espalmadas para cada lado (o soutien!), a visão da Alheira de Mirandela na frigideira é demasiado real… a alheira explodida, espalmada, pronta a ser devorada… arf, arf, ARF, ARF… (ai pá não aguento!) … o peso nos tornozelos… nada levanta… rabo, pernas, ineeeeertes…
Quando me levanto, estou de frente para um espelho…Janeeeeeeeee Foooooooooonda!
Já vos contei que comprei uma “pasteleira”? Sem mudanças? Gira, gira de velhinha?
Janeeeeeeeee Foooooooooonda!

29.10.12

Ah e tal! Pois o pior é o tal!

- Meninas! Hoje vão ser muito lindas, vão-se portar muito bem. Vamos ver uma casa, vão lá estar umas senhoras, vai ser divertido, e vocês vão-se P.O.R.T.A.R muiiiiito bem! Ouviram?
Que sim. 2 Cabeças encaracoladas dizem-me que sim. Que prometem e tal!
O problema é o “Tal”! Ainda nem saímos de casa e tenho 2 crianças possessas, descabeladas, ensandecidas!
Fita 01 – Sair de casa!
- Calcem-se! Venham cá para vos pentear! Assoa-te! Vai fazer xixi! Venham cá! O que é que eu vos pedi? O teu casaco? Dá cá a escova! CALCEEEEEM-SE! VENHAAAAAAAAM CÁAAA! Tira daí os pés! A pintar as paredes? A PINTARRRRRRE AS PARRREDES! NÃOOOOOOOOOO! Nãaaaaaaao! O qué isso? Não tireeeeeees as meias! Aiiiiiiiii!
Saímos de casa, normalmente com uma criança arrastada e outra a arrastar-se pelo chão, um pai a blasfemar e uma mãe sempre, sempre despenteada!
Fita 02 – Almoço!
- Epáaaaaaaaa! Comam lá! Estamos atrasados! Vá lá! Não ponhas as mãos na carne! Não tires comida da boca! O “qué” que estás a fazer? ÓOOOOOOOO Gil vai lá agarrá-laaaaaaa! Opáaaaaaaaa já vai a fugir! /(&)/%&%&4t/&%&4***+9u7! Olha agora esta meteu a manga em cima do hambúrguer! EU NÃO AGUENTOOOO! Não tarda vai tudo para casa! C.A.R.A.M.B.A!
Normalmente quem já se está a cuspir toda sou eu, e digo-vos que isso não é fácil quando meio restaurante já está a olhar para nós tal é o chinfrim!
Fita 03 – Visita à casa!
Em 2 segundos as minhas filhas perdem toda a vergonha e compostura. Costumam ser até envergonhadas, mas hoje como lhes pedi juízo, assinei a minha sentença!
- Larga isso! Não ponhas aí os pés! A Mercês? Ai a varanda! A Rosarinho? Opáaaaaa está na casa de banho e… anda cá! Que barulho é este? Ligaste a torneira Maria do Rosário? Ai desculpe, não sei o que se passa! Estão cheias de sonooooooo… Mercêeeeeeees? Ai ai ai! Rosarinhoooooooo! Ai ai ai!
Se fossem crianças da Atlântida até subiam paredes, se eu fosse uma mulher da atlântida agarrava as duas com as minhas mãos de tentáculo (?) e não mais as largava!
Distribuo todos os sorrisos amarelos perante as senhoras, peço mil desculpas, ralho baixinho, ameaço, NUNCA MAIS COMEM GELADO! NUNCA MAIS VÃO AO PARQUE! E ISTO SÓ SERVE PARA LHES DAR MAIS COMBUSTÍVEL, PORQUÊEEEEEE?
Por esta altura todas as luzes da casa estão acessas, já rasparam com as solas dos sapatos em todas as paredes, limparam o chão com os casacos… UNIDOSE! UNIDOSE!
Fazemos a visita comigo em ângulo reto, rabo espetado, meia debruçada para o chão, o Gil tenta acalmá-las com o “STOP” mais eficaz do mundo, o IPhone, e mesmo este acaba no chão… é de uma pessoa se P.A.S.S.A.R! Passadinha!
Saímos de lá como podemos, já com palmadas distribuídas, com um cabeção de melão! As senhoras, que não, ora essa, são crianças, e tal! Pois o pior é o tal!
Chegam ao carro, e em 2 segundos viram anjos, auréolas, asinhas brancas, e óó! Umas santas a dormir!
Eu queria ver se de cada vez que EU, ou o PAI, estamos cheios de sono nos desse para a loucura… eu queria ver! Ah miúdas, cresçam mais um bocadinho, e eu um dia passo-me de vez e quem faz a birra sou eu! Tipo, quando tiverem 15 anos, o que acham? Ao pé de vossos amiguinhos? Ah mas esperem lá, o vosso castigo está a engrossar… e saídas só mesmo lá para os 37… pois, e tal! O pior é o tal!
Tal e qual como ao sábado de manhã! Quem, em nome de Deus, programou as crianças para saberem que é sábado de manhã? QUEM? Expliquem-me lá este fenómeno! Todos os dias da semana um castigo para saírem da cama… aos sábados a espertina às 7h! WHY? HÃ?
Ah e tal! Pois o pior é o tal!
Boa semana, caros!

26.10.12

Pessoas, vou ficar milionária!

O monte de cocó à porta da loja é a confirmação, é hoje que me vai sair o Euromilhões.
Ontem estava a maior das poias em frente a uma das montras! Ontem foi um dia em que fiz tudo em cima do joelho, todas as solicitações se concentraram durante T.O.D.O. o dia de ontem, não fiz nada e fiz tudo! Portanto a “Poia dos Infernos” ficou esquecida!
Hoje de manhã todo o monte de merda de ontem transformou-se num rasto de caca em toda a frente da loja… todaaaaaaaaa a frente da loja… um pé que o pisou e depois se arrastouuuuuuuuu, em desespero calculo! Só não enfiei com a cabeça, quando cheguei, pela montra adentro com a ira porque senão iria pisar toda aquela bosta… ARGGGGGGGGGGG! GRRRRRRRRR! RAIOS E CORISCOS! ESTOU P.A.S.S.A.D.A! Sou uma pessoa extremamente irada! I.R.A.D.A!
- Ah o que é que aconteceu?
- Realmente as pessoas...
- Grandes porcoooooooos! Fizessem isso nas suas casaaaaaaaas!
- Eu digo-lhe era pôr-lhes aí a cara!
- Aiiiiiiii que nojo!
- Há práiii uma miúda com um cão gordo que é sempre a mesma porcariaaaaaaaa!
As opiniões são muito válidas, mas eu é que tive que pôr a mão na merda... na M.E.R.D.A! ÓPÁAA!
Já grunhi o suficiente para uma semana, já desejei muita merda a muito “dono de cãozinho”! Blasfemei, blasfemei, blasfemei! Já garanti pelo menos um T1 no Inferno! (Será que lá o mercado imobiliário está como cá e me vai ser impossível vender a minha “propriedade”? Deus? Iúuuuuuú? Eu até sou boa pessoa… mas com merda pelos joelhos é difícil manter a calma…!).
Ponho-me a limpar, como posso, serradura, lixívia, sonasol verde, um inferno de vassoura e esfregona na mão, e não é que há um tipo que se põe com os dois pezinhos em cima da serradura (e da M.E.R.D.A, óbvio! Aiiii que mongooooooo, estar-lhe-ia a saber bem o fofo da serradura em cima do monte de esterco? Ai pá! A sério!), de malinha a tiracolo, o amoroso, e opta logo de seguida por entrar loja adentro!? E ainda ter a (grande) lata de dizer: "Ai cheira a velho e tudo!" Seria parvo?
Eu digo-vos, há dias que me apetecia ser croma de Krav-Maga ou Kick-Boxing e aplicar conhecimentos! AHHHHHHHH YAAAAAAÁ TUUUUMBA! Kick certeiro!
Bem caríssimos, irei agora colocar o meu Euromilhões e se não aparecer por aqui tão cedo, já sabem, esta pessoa estará por Nova Iorque (sítio, da parte do mundo já visitada, e até ver, preferidíssimo!) e dará notícias! Não mais usarei malas “Luís Vitor”, será só e apenas the true and only Louis Vuitton! See you soon!
Senão, até segunda, caros! Bom fim-de-semana!

24.10.12

Leis de Murphy em modo Leis de Julieta! Oh yeah!

Caros, esqueçam o Murphy. Estou cá eu. É suficiente para comprovar uma série de teorias. Conspirações. Azares. Maus agoiros. Encostos. Bruxedos. And so on. Qualquer nome me encaixa na perfeição.
Se eu estiver para apanhar um autocarro, se eu já for a meio caminho, ainda dentro da hora, eu vou-me lembrar que me esqueci do telemóvel. Vou fazer tudo para conseguir correr enlouquecida até casa, o elevador não virá à primeira, vou encontrar gente do 2º andar, do 5º andar, vou demorar que tempos a chegar ao 3º andar. Vou entrar em casa, agarrar o telemóvel. Vou apanhar o elevador, que vai, INVARIAVELMENTE, parar em mais não sei quantos andares, vai subir, vai descer… vou correr até deitar os bofes pela boca, os carros não vão parar na passadeira, eu a correr a correr a correr (por segundos penso que já devia ter começado esta coisa da corrida há muito mais tempo, agora iria ser tão mais fácil!), o Gil já na paragem, não me indicará bem o caminho e eu nem sei onde é a paragem da Vimeca (what? Com tanto nome!). Corre, CORRE mulher! ONDE é QUE É A PARAGEEEEM? Começa o Gil a ligar, eu a ligar, sempre interrompido… PIPIPIPIPI… POSSSSSAS! (“Possas” é ainda pior que a F word, mas estou em tratamento!). Não te disse para virares à esquerda? DISLEXIA, dislexiaaaaaaaaaa, o que é que é “A esquerda”? FÓNIIIIIIX, PÁ! Por fim lá vejo a paragem, corro e corro… e: “O autocarro não era às 8h40m? HÃ? HÃ?” É este o meu tipo de sorte, depois de quase ficar cardíaca, depois de quase ser atropelada, depois de correr, correr, correr, afinal, A.F.I.N.A.L o autocarro parte nem sei de onde e ainda não chegou… toda eu transpiro, toda eu estou capaz de morder o outdoor da paragem, toda eu sou uma pessoa em crise profunda de nervos... FÓNIIIIIIX, PÁ!
E porque é que tivemos que apanhar o autocarro? Porque este era para ser um mês calmo, sem grandes sobressaltos, nem sequer era um mês de contas do seguro, contas disto ou daquilo, não era… passou a ser! Exactamente nos minutos a seguir a “Seu” Ladislau” se ter lembrado de comer frango assado… (o grande idiota!), de ter pegado na chave do seu carro e a ter emprestado ao seu filho Lucas (o pequeno idiota!) e este N.U.R.D. ter vindo rua fora no carrinho de papai e TUMBAAAA ter rebentado com as 2 portas do carro do Gil, porque se encadeou (!), e o seguro nos ter considerado culpados! Porque apesar de bem estacionados, apesar de a rua ser larga, apesar de tudo, nós é que tínhamos a porta de trás aberta, para tirar uma criança, portanto nós somos culpados porque estávamos a estorvar a via de circulação… e então olha! Temos pena! Agora aguentam e mais nada! É a grande porra, é o que é! E nem vale a pena mencionar o não cumprimento da entrega do carro arranjado por parte da ofocina, pois não?
Normalmente quando tenho loiça suja nos lava-loiças e ligo a torneira a água nunca acerta em mais nada senão em cantos de copos e esquinas de talheres… e espirra tudo! Água por todo o lado, tudo salpicado! Oh Yeah!
Normalmente quando está mesmo, mesmo quase a chover… torrencialmente… é quando eu tenho que sair do carro para distribuir crianças no colégio… que normalmente estão descalças, sem casacos, sem bibes, sem naaaaaaaaaaaaadaaaaaaaaaaaa… e eu é que tenho que estar com meio lombo de fora do carro a preparar suas excelências enquanto sinto grossas gotas de chuva me começarem a ensopar… e que em menos de nada se transformam em dilúvio! Sou eu que tenho que carregar com as 2 crianças, invariavelmente com a birra da manhã, com 2 lancheiras… lógico que é segunda-feira e eu tenho que ainda carregar com sacos de lençóis para sesta e mantinha porque já está a ficar frio… F***sssssssssse! Quem disse que eu tenho que ter cuidado com a linguagem? Ah! Está bem! Porque esses dias, normalmente precedem o dia em que perdi o guarda-chuva… (/&)%&T&/(&%/%/&T/&T%&$/&55gtsd56*P»*`»P?+0’! Em modo “Donaltim” (O pato do ventríloquo que diz o que quer pela boca do boneco): F***sssssssssse!
Se um dia forem tratar de algum assunto à Segurança Social, e calhar repararem que eu vou a entrar, podem dar meia volta e vir noutro dia, assim que eu tirar a senha, esperar 12 horas para ser atendida, quando chegar a minha vez… Ah! BLOQUEOU! Pois não vai ser possível… o computador BLOQUEOU! Aaaaaaaaaaah! Não me diga!?
Donaltim? F***sssssssssse! Oh Yeah!


23.10.12

Meus, vou ficar careca!

Há uns anos uns amigos compraram uma casa. Começaram a fazer algumas obras e depararam-se com um problema na retrete. Estava entupida. Chamaram o canalizador e no dia do arranjo a minha amiga estava presente. A razão do entupimento era um “tolan” do tamanho do “Deus me Livre”. Duro e seco. A minha amiga não tinha onde enfiar a cara e por mais que se justificasse o canalizador nunca iria acreditar que aquele monstro das profundezas era do antigo proprietário da casa.
Eu acredito que se pedisse a alguém que viesse ver o problema de canos semi-entupidos na minha casa de banho, iria encontrar, não um “tolan”, calculo (e espero eu!), mas a quantidade suficiente para fazer 2 capachinhos. Estilo Joe Dassin. Assim pró compridinho. Essa é a quantidade de cabelos que habita a canalização da minha casa. Só pode. Tendo em conta as mancheias de cabelos que todos os dias ficam agarradas à escova!
Já não basta ter um cabelo tipo Algodão Doce, agora cai desalmadamente…
Houve até um dia, durante as limpezas, que tirei uma pequena Julieta da canalização da banheira… ARG! Comecei por puxar um cabelinho… e ARRRRRRG! Era quase um ser vivo! Uma bola gigante de cabelos! E puxava e puxava e não tinha fim… Incrível!
Mais uns dias e pequenos diabos da Tasmânia regressam ao doce lar após 3 meses de férias no Algarve. E aí será cabelos meus e pelos de gato, tufos de desespero, horror e drama, faroeste em Algés!
Parece-me a mim que vai haver tosquia…! Ou isso, ou mulher insana, possessa e com ataques de ansiedade! E com os meus níveis de sorte, sempre acima do barómetro do azar total, com certeza que não virão sozinhos, e que, apesar do remédio que já lhes foi posto, toda uma família de pulgas, sobrevivente a ataques de “Frontline”, virá feliz e saudável habitar os meus aposentos… GRrrrrrrrrrrrrRRR! Só de pensar já me estou a coçar…
Mas que já tenho tantas saudades de meus pequenos diabretes! É aproveitar enquanto suas excelências queimam os últimos cartuxos, um jardim imenso é muito diferente de um apartamento… prevêem-se tempos animados cá por casa!
Ui! Se não me caírem os cabelos eu própria os arrancarei!
Putos, isto é que vai uma crise, hã!?

22.10.12

Coisas em azul que gostamos muito



Todos os créditos aqui

Não te rias!

- Rosarinho se tu não comeres tudo, envio-te para a China! - Até a Avó desespera.
- Não faz mal, lá na China também há pessoas boas!

- Oh mãiiiiiiiii olha ali aquele senhor!
- Hã?
Um tipo a passar na rua, a fumar, mas para aí com 1,35m.
- Olha mãiiii! Tão pequeninooooooooo! Sem pai, nem mãe, nem avóoooooo! Vai sozinho?

Aos 4 anos ainda era difícil perceber a diferença entre alto e baixo, novo e velho...

Como aguentar sem rir? Como manter a calma, quando a vontade é desatar a rir às gargalhadas? Mesmo quando são politicamente incorrectas as perguntas?
- Foi o vento que pôs assim os olhos dos chineses!
- Não Rosarinho...
- Aiiiiiiiii foiiiiiiiii sim que eu sei!
- ...

Como explicar que a senhora que vai sentada ao pé de nós no eléctrico tem tiques e não pára quieta? Como aguentar se a nossa filha se põe esbugalhada a olhar? Bem tento disfarçar, mas às tantas a carga de nervos é tanta com o receio de algum comentário em voz alta por parte da criança, que quem ri até às lágrimas sou normalmente eu, que, bem dita a verdade, nunca aguentei estar perto de pessoas com tiques, dá-me vontade de rir e não é por mal... é só porque sou parva!

Difícil, e só agora começou!

19.10.12

Afonso

Hoje uma senhora, lá na loja, diz-me:
- Sabe lá... O meu filho quis a casa toda colorida e diferente...
- ...
- Tão diferente que um amigo até lhe disse: " Olha! O que te falta aqui é um cão de loiça... Ah ah ah! Já viu?
-... Eu tenho um cão de loiça e chama- se Afonso!
- (incrédula e cara de doida! Contudo simpática ) Ah tem? De que raça?
- Dálmata!
Lá lhe expliquei que também eu já gozei com essa coisa estranha de ter um cão de loiça em casa, mas hoje já não trocava o meu Afonso por nada! Não há ninguém que tenha gozado mais com cães de loiça que eu, e agora é ver-me embevecida com o meu querido Afonso!
O Gil, hoje, diz-me que o Afonso não é brilhante, logo não será um genuíno cão de loiça! Balelas! O Afonso é o mais lindo!
Bom fim de semana pessoas!

18.10.12

Passo (me) a ferro!

Então que já fui uma fada do lar! Logo quando casei, até cuecas passava a ferro! Um dia, iluminada por um qualquer ser não terráqueo, tive uma epifania e comecei a ver-me ali a passar a ferro umas boxer! Estás parva ó quê? Ó quê e não é que estava mesmo? Qualquer sacudidela bem dada põe as boxer num mimo, e convenhamos que é mesmo parvo estar para ali a passar peças que assim que são vestidas são logo amarfanhadas para dentro das calças…
Pois que nos dias que correm tenho uma relação ambígua no que toca a tarefas domésticas! Adoro ter a casa arrumada e limpa mas desce-me uma inércia perante tal cenário, que só me apetece gritar, esbracejar, mandar vir os tipos da Remar, dar tudo e ficar apenas com o essencial para viver! Posso sempre alegar um espirito minimal!
Ontem, pelas 23h, querido marido a caminho da Alemanha pede-me que lhe passe a ferro uma camisa… OKAIIIIIIIIIIIIII! Esqueceu-se daquela, a “preferida”, quando fez o saco para o homem da engomadoria… Que tenho uma alma boa dentro de minha pessoa e lá fui eu… ÉFE para isto tudo (estão a ver? Hoje não disse foda-se!).
Agarro-me à Vaporeta, coisa maléfica, que em alguma parte da sua vida (que já NÃO durará muito, visto eu também ser a feliz dona de uma martelo, um M.A.R.T.E.L.O!) terá sido alvo de um mau-olhado e nunca mais funcionou bem! Bom, de facto a primeira a usá-la foi uma empregada que eu tive, tão pitosga tão pitosga que só passado meses a viver na sua casa se apercebeu que o que via ao fundo na paisagem eram barcos e o rio (!?). Passava a ferro com a cara quase na tábua! A segunda era completamente esgrouviada e deixou cair a Vaporeta, a pobre nunca mais recuperou!
Pois que ontem, aquela máquina dos infernos, decidiu que não deitaria vapor… já não bastava a camisa ser feita de QUÊ? De QUÊ? Passo o ferro para lá, passo o ferro para cá e aquela coisa sempre com vincos… sempre com vincos… F word, F word!
Agarro na Vaporeta, assim na vertical e aquela camela, que afinal tem boças invisíveis, começa a cuspir vapor, qual dragão das profundezas… XuUUUUUUUUUUUUU SHEEEEEEE XUUuuuuuuu! Eu agarro-a com toda a força! Parecia que tinha vida! GRrrrrrrr! Uma luta entre mulher  e vaporeta! XuUUUUUUUUUUUUU SHEEEEEEE XUUuuuuuuu! Por fim lá a domino! Aquela galdéria (viram? Não disse puta!) dos infernos começa a cuspir uma água castanha! Vingativa, a merdosa! E… Aiiiiiiiiiii! Qué isto na parede? ARGGGGGGGGGGG! Possessa e enlouquecida, naquele momento só me apeteceia abrir a janela e “Vaporeeeeeeeeeeeeta vaiiiiiiiiiiiii! Catrapum!
Na minha parede branquinha a água castanha a escorrer! Uma mancha enorme, assim a escorrer, parede abaixo!
Para grande espanto meu, controlei-me! Deve ser da idade! Há uns anos uma certa impressora, madrugada adentro de um dia de entrega de trabalhos na Universidade, podia ter descrito a esta Vaporeta o fim de máquinas maléficas!
Limpei tudo, tirei toda a água à cuspidora e lá consegui passar a camisa ao homem! Um IPhone, um Mac, aquele par de botas giríssimas… a lista engorda, querido marido! Às 23h passar camisas de fato “impassáveis”, vincos que nem à paulada desaparecem é dose! Aquela blusa, uma ida ao “restórant”… trabalha, homem, trabalha muito, um dia serás rico e eu vou já organizando os meus pedidos!
Valha-nos a Engomadoria porque em casa já não (nos)passamos a ferro!
Agora para não andar amarrotada só com um bom “Shake, Shake, Shake”!
So, shake it all up!

17.10.12

Tento na língua, mulher!

- Mãiiiiiiiiiiiiii qué maqueca! Qué maqueca!
- Uma quê? (Queca!? Ai a nossa língua! Ó deus! Ó Deus!) – Ah manteiga! Ufa!
- Colher, co-i-lhãoooooooooooo! Co-i-lhãoooooooooooo!
- Epá o que é que a miúda está a dizer? Colh***o? – Só passado meses é que conheci a música dos Caricas (?), até lá trEeeMmmmIIIii…
- Ó Mercês! Pôoooorra Páaaaaaaa! A mana assim zanga-se contigo! – Tal e qual a mãezinha…
O vocabulário de pequenas crianças é crescente a cada dia, há sempre novidades. Normalmente boas e até nos deixam espantados com a destreza em usar certos vocábulos, o pior são as palavras que poderão ouvir e que não deviam nunca reproduzir… a começar em casa!
Vai chegar o dia em que me brindarão com um forte e feio Fo****ssseeee porque eu estou mesmo a pedi-las… estou sem tento na língua, sai-me pela boca fora, tanto em português como em Inglês. Mas como é que se aguenta? COMO É QUE SE A.G.U.E.N.T.A?
Julieta onde é que está isto? E aquilo? Anda cá ajudar-me a fazer isto! Mãiiiiiiiiiii! Mãiiiiiiiiiiii! Põe aquilo ali, traz-me cá não sei quê! O que vamos jantar? A roupa já está na máquina? Mãiiiiiiiiiii! Mãiiiiiiiiiiii!O homem da roupa está a chegar e… Qué que estão a fazer? Quéeeeeeeeee issssssssssssto! JUlieeeeeeeeeee! Julieeeeeeee! Mãiiiiiiiiiii! Mãiiiiiiiiiiii! Mãiiiiiiiiiii! Mãiiiiiiiiiiii! Dlim dlom Dlim Dlom! Triiiim Trimmmmmmmm! Mãiiiiiiiiiii! Mãiiiiiiiiiiii! Que cheiro é este? Quem fez cócooooooooo! Xixiiiiiiiiii? Xiiiiiiiiixi agooooooooora? Vai lá, anda! Jáaaa fizzzzzzz cócoooooooo! Quem me limpa o raaaaaaaaaaaabo? Julie! JULIE! Come, come a sopa, come a carne, come a maçã, come tudo, anda lá… ANDAAAAAAAA Láaaaa! Amanhã tens que ir aqui e acoliiiiiiiii! Tu é que tem tens tempoooo e mais não sei quê… e mimimimimi! JULiiiiiiiiiiiie! Mãiiiiiiiiiiiiii!
F.O.D.A.S.S.sssssse pá!
Meus, parou! Paroooooooou!
Ainda acham estranho que eu utilize a palavra com F? Tantas vezes? Fuck, fódace, dasssse, ôdasssse e tantas outras formas?
E quando já está tudo de barriga cheia, banho tomado, dentinhos lavados, na caminha, porta fechada e … Mãiiiiiiiiiiiiii! Querruuuuuuuuuuu águaaaaaaaaaaaaaaa!
Fo… nix pá! Estou a tentar mudar… devagarinho…lá chegarei… 
- Ó mãiiiiiiiiiiiiii!
- Ó Juliiiiiiiiiiiiiiiiiiiiie!
 - Sim?
- És a mais liiiiiiiiiinda!
F.O.D.A.S.S.sssssse pá!
É assim que me compram… há lá coisinha melhor?
Boa semana, ainda que pró molhado!

16.10.12

Chamuça Com ¼ de Leite Vigor

Não suporto gordura, do tipo passar com os dedos em alguma coisa e sentir algo pastoso e pestilento nos dedos, ARGGGGGGG! Persigo ferozmente qualquer vestígio de gordura na minha cozinha, tanto que no início de casada, ainda sem filhas, o meu sogro era capaz de jurar a pés juntos que eu nunca tinha usado a cozinha, o que implicava estar a tratar mal seu rico filhinho (!) Não, eu conseguia alimentar-nos e ainda limpava a cozinha até ficar um brinco! Manias!
Vestígios de nódoas deixam-me nauseada, começo logo a divagar à volta do que possa ter sido a causa da nódoa e, dependendo do local, vou empalidecendo até quase desmaiar de tanto horror!
Sou uma mete nojo assumida!
O meu pior momento, no qual pensei que desmaiava em público e vomitaria as cataratas do Niágara, foi há uns anos na Universidade, durante um intervalo, em que fomos ao bar. A acompanhar-nos o Professor mais pestilento da história, usava fato, sempre amarrotado, com nódoas nas camisas amarelas de porcas, porque havia vestígios de um dia terem sido brancas, o cabelo oleoso, reluzente, enorme, barrigudo! O tipo encosta-se ao balcão e vá de começar uma conversa comigo: “Então ó Julieta diga-me lá… Nham NHAM nham… o que pensa fazer… Nham NHAM nham… e bláblá… Nham NHAM nham!
A minha cabeça começa à roda, os meus pés com os dedos fincados bem fundo no sapato, a minha língua às voltas a tentar humedecer a boca cada vez mais seca… ARRGgggg! BLHAcccccccCC! Aquele monte de nódoas, de boca aberta, eu mesmo a ver os gafanhotos direitos a mim, aquela boca… cheia de CHAMUÇAAAAAAAAAAAA COM LEIIIIIIIIIIIIITE  VIGOOOOOOOR, AQUELA PASSSSTTTTTTTTTA DE especiarias com cheiro de Cu de Vaca!!! CHAMUÇA COM ¼ DE LEITE VIGOR! (Quem come isto? Quem?) Eu com 1,58m, bem abaixo do 1,90m do Professor, a ver toda aquela cena de caril no céu-da-boca a ruminar, a ruuuuuuuuumiiiiiiiiinaaar… “ó Julieta diga-me lá… Nham NHAM nham…!” FODAAAA-SE (Bola vermelha, bola vermelha!) PÁ com a sorte que eu tenho vai-me mandar um gafanhoto, vem de lá uma micro bola de chamuça com leite (BLHAcccccccCC!) e vai-me acertaaaaaaar! VAIIIIIIIII-ME ACErrrrtaaarrrrrrRRR!
Ainda hoje sinto aquele cheiro de bosta com paprika! Nem sei se leva paprika, mas tanto se me dá! Foi asqueroso!
Outros momentos que me recordo metem sempre crianças! Quando ainda não era mãe, e o mundo era “limpo”, com brisas do mar constantes a acariciarem-me o rosto, lençóis brancos imaculados a cheirar tãooooooo bem, sofás imaculados e …. CORTAAAAAAAAAA!
Ao início limpava a cozinha freneticamente, depois limpava durante a refeição, ía apanhando os bocadinhos de comida que íam caindo, depoisssssssss pensei que as minhas crianças nunquinhaaaaaaaaa mais comeriam arroz! D.E.P.O.I.S pensei ter um cão, daqueles bem lambões… ía-me poupar tanto tempinho a apanhar restinhooooos de comida! Terra, Terra! Desce à terra!
Agora já vão melhorando, no entanto ainda é com grande sacrifício que aguento aquelas pequenas mãozinhas dentro das boquinhas cheias de comida a fazerem uma selecção in loco do que não gostam! Os putos podem ser muito porcalhões! Metem as mãos na boca, tiram bocados, atiram pelo ar, enfiam entre os cabelos massa, carne… querem beijos e dar beijos quando molho bolonhesa lhes está a escorrer queixo abaixo, espirram (SEMPRE) com a boca cheia de sopa, e (SEMPRE) a de espinafres! Fóoonix meus!
É preciso ter estômago de aço!
E de preferência ser completamente pitosga, não ver um palmo à frente do nariz quando a falar com alguém, esse alguém se cospe todo, e nos acerta com um mega gafanhoto bem no meio da bochecha ou, na desgraça, na ponta do nariz, e ficamos para ali a entortar os olhos a ver aquele ponto reluzente de cuspo… aquele ponto reluzente de cuspo… aquele ponto reluzente de cuspo…!
É preciso ter estômago de aço! Mais não seja para enfrentar a carga de impostos imposta à cuspidela mesmo no meio da nossa cara! A camada de gordura e nódoas que mancha o nosso país e nos desgoverna! E sem pano para limpar! Quanto tempo demorará a limpar? Fónix meus!
nota: Eu gosto de chamuças!

15.10.12

21 Anos! E um par de mocassins!

Há 21 anos as minhas amigas fizeram tudo para me juntar ao Gil, organizaram tudo para que nos conhecêssemos. Foram as responsáveis pelo início do nosso namoro (engraçado como até esta palavra “namoro” me soa a velharia, hoje curte-se ou ainda há quem namore?).
O Gil tinha uma mota, uma Suzuki Wolf, feia que metia dó (quase tão feia como o Fiat Punto que veio a ter anos depois!), com um lugar apenas.
As minhas amigas inventaram que eu tinha que ir a casa de uma delas, em Alfragide, e que a única maneira de ir, a partir da praça do Chile, era de mota, com o Gil, até Benfica, onde ele vivia, e de seguida apanhava um autocarro.
Como usava farda, nem pensar em ir assim vestida, era o nosso primeiro momento juntos. Uma amiga cheia de boa vontade emprestou-me roupa, o pormenor é que vestia para aí 2 números de calça acima do meu! Só de me imaginar… com os mocassins da farda e as calças, muito provavelmente em balão, estávamos em 1991 (!), devia estar de gritos!
Eu e o Gil mal falámos. Explicou-me como tinha que ir sentada na mota, com o rabo em cima de onde um dia existiu uma grelha e onde agora existia apenas um parafuso GIGANTE! Os pés tinham que ir por cima do “pára-lama” ou lá o que era, assim com cuidado porque iam próximos da corrente.
Não dissemos mais nada. Equilibrei-me como pude, estava a morrer de vergonha, não me “baldei” nas curvas, o que vim a saber não ter sido nada “cool” e mostrava a minha ignorância nessa arte de andar de mota (coisinha que nunca gostei!)! E, mal eu sabia, estava a ter a minha primeira aula prática em como me tornar exímia “contornadora” de parafusos espetados no rabo!
O Gil deixa-me na paragem do autocarro e adeus até amanhã. Nem mais uma palavra. Pensei logo que ele me tinha achado uma monga e que nunca, mas nunca iria querer ter alguma coisa comigo! Somos muito parvas aos 15 anos!
Entrei no autocarro, sentei-me e, já mais descontraída, cruzo a perna e olho para os meus mocassins… AHHHHHHHHHH! AIIIIIIIIIIIIIIII! Que V.E.R.G.O.N.H.A! MATEM-ME JÁ AQUI! Onde RAIO está a SOLA DO MEU MOCASSIN? Drama! Horror!
Pois que a metade da minha meia sola estava, muito provavelmente, agarrada à corrente da mota, a maldita da corrente veio da Praça do Chile a Benfica a mastigar-me o sapato e agora lá está meia sola na motaaaaaaaaaaaaa do rapaaaaaaaaaaz dos meus sonhos!
Epá quando se tem apenas 15 anos, isto é de gritos! Há maior vergonha? Na altura julguei-me aniquilada!
Pois que não! Ainda que de farda, ainda que de Duffy de penas azul-escuro, ainda que eu não consiga lembrar-me do meu penteado na altura (embora me recorde que era apenas cabelo comprido, muito volumoso é certo!) ainda acreditando que seria qualquer cena estranha para os parâmetros actuais, o Gil não se fez rogado e pediu-me em namoro à porta da escola, fez ontem, dia 14 de Outubro, 21 anos!
Tantas, tantas recordações!
Quando nos perguntam como se está há tanto tempo juntos, não sei o que responder. A nossa vida vendo bem nem se alterou assim tanto. Sim, crescemos, já somos pais, temos mais 21 anos… há quem estranhe, mas há também quem nos tenha acompanhado desde então. Os nossos amigos ainda são os mesmos dessa altura, há um núcleo duro que se manteve sempre unido.
É isto, apesar de sermos cão e gato, noite e dia, eu detestar Borrego e Cabrito assados, o Gil não suportar a minha mania de acumular tesouros na arrecadação, temos sabido ultrapassar questões(zinhas) e quezílias(zinhas) e todas as merdinhas do dia a dia e aqui estamos prontos para triplicar este número, 21 anos!
Gil, lembras-te do salto? Ah que momento!

12.10.12

Notas da semana!

O meu vizinho, na impossibilidade de poder usar o lugar de garagem como arrecadação, passou a usar o tejadilho para o efeito, agora tem lá um colchão de casal! 

Em conversa com um taxista durante uma viagem de táxi, fico a saber que é fã da Gabriela, a telenovela. Sem querer saber nada, mas na impossibilidade de ir “muda-calada” pergunto-lhe: “ E passa-se em que época? Ainda é fiel à versão original?” Resposta: “Passa-se às dez e tal da noite, dura praí 25 minutos!” AHhhhhh! Desisto, não vale a pena insistir!

Uma visita muito simpática na nossa loja, de quem até tem uma loja giríssima! Conversa para lá, conversa para cá e adeus até um dia! Vou direita ao facebook, escrever o meu post diário e não sei por ordem de quem fica automaticamente postado na página da loja da menina que nos visitou, por sorte não tinha asneiras, não era um post à bruta, mas ainda tive que lhe telefonar porque não sabia se conseguia ou não apagar aquela porcaria. Imagino se alguma cliente viu… que vergonha!

O filho de um tipo chamado Ladislau quase nos arranca a porta do carro e QUASE leva o Gil à frente, já para nem falar da Mercês. Naquele momento saiu-me o Euromilhões!

A cigana com quem me cruzo todos os dias desistiu finalmente de me vender uns óquiiilissss da raiiiiiiiiii baniiiiiiiiii! De me dizer: “teinnnnnnnnnss um mauuuuuu olhadiiiiiiiii, tás com muita invexxxxaaaaaaaa em cima de tiiii! Compra-me lá uns óquiiilissss!"

O senhor da loja de material eléctrico continua a contar todos os meus Xixis. De cada vez que vou à casa de banho tenho que fechar a porta, e lá está ele, o guarda da rua, a avantesma sempre a olhar para a minha porta… um dia que tenha uma infecção urinária vou lá e pergunto-lhe com que frequência faço xixi, assim poderei transmitir ao médico com uma maior precisão!

E não tardará, as minhas crises nervosas passarão a ter performance, assim de certeza que as queridas mamãs que passam por mim e pelos meus bons dias me passarão a dar resposta, sobretudo uma anhó que nem bom dia nem nada, só um olhar esbugalhado fixo em mim! BOOOOM DIIIIAAA MULHEEEEEEER! Esbugalharei os olhos, revirá-los-ei e bem junto àquela cara, BOOOOM DIIIIAAA MULHEEEEEEER, acordava logo! Se há coisa que me põe fora de mim é cumprimentos sem resposta, seja de quem for!

Vou passar a dançar na cozinha, ontem soube-me tão bem!

Bom fim-de-semana, caros!

11.10.12

É Zen, é!

Tenho medo de malucos! Tenho um medo de malucos, inexplicável! E tenho um sexto sentido para doidos, infalível. Na mesma medida, atraio malucos, doidos, tresloucadas, pessoas com pouco juízo. Esteja onde estiver, se por lá passar uma pessoa desregulada está absolutamente confirmado que em menos de nada está a ensandecer à minha volta que nem uma lapa.

Não sou de lágrima fácil, mas se vierem para ao pé de mim, consumidores de medicação prescrita por psiquiatras então temos chorona! Não sei se rio, se choro, fico num estado de nervos paralisante.

Penso, mas porquê? E depois lembro-me do dia em que, teria uns 13/14 anos e desci a Morais Soares e uma parte da Almirante Reis à frente de um “tipo das cavernas” que grunhia e dava saltos tipo tarzan ou lutador de sumo. As lágrimas corriam-me cara abaixo de tanto rir, chorar, e do medo que me consumia… de tal maneira que só na Almirante Reis reparei que quem corria atrás do maluco era eu, porque esse no seu delírio já me tinha ultrapassado, e eu feita monga ainda corria desalmada rua abaixo! Acreditei mesmo que o homem vinha atrás de mim!

Começo hoje a desconfiar se não serei também uma desmiolada!

E penso, e se eu ficar realmente doida? Que tipo de terapia me poderá ajudar? Estou realmente preocupada porque acredito que já faltou mais para eu me passar de vez!

Comprimidos! Que não, quero estar acordada!

Psiquiatras! Que não, são mais doidos que os pacientes!

Terapias Zen! Pois que também não!

A começar pela esteticista que me fez a limpeza facial e cheia de boa vontade me disse:

- Agora deite-se aí, relaxe, oiça esta musiquinhaaaaa…

Não dá, pessoas! Aquela música caaaaaaaaaalmaaaaaaaaaaa, repetidaaaaaaaaaaa, zuing, zuing, zuing… o barulho do mar, sempre o barulho do maaaaaaaaaar em versão cd para a esteticista de bairro, na cave da loja, sem janelas, com vapores quentes na cara a tentar o (impossível) equilíbrio para me aguentar em cima da maca escorregadia onde estou deitada… zuing, zuing, zuing… zuing, zuing, zuing… Aiiiiii! Se virem uma louca a correr rua fora sou euuu, ensandecida, tresloucada! Com tanta cena Zen, zenei de vez!

Pessoas, eu tenho 36 anos e deliro com os Ramones, eu curto a cena PunK! Zuing, zuing, zuing é a morte do artista!

Tentei o ioga, ióga, o iôga, o yoga, se não acertei com a pronúncia, muito menos com toda aquela cena de contorção. Que até sabia bem no final, é verdade! Mas como aguentar o riso? Como aguentar não rir descontroladamente com a inicial saudação ao sol? Ainda que à noite?

Ramaláaaa Rxamanalá Ienliáaaaaaaa alé ali ramaláaaaaa?

Nunca decorei a letra! Estão a ver a falta de respeito? A “letra”? A “letra” Julieta Emília? Mantras ó lá o que era!
E depois tipos com o dobro do meu tamanho a arfar à minha frente, todos transpirados, e eu mesmo a ver, agora atira-se em prancha e onde vai aterrar? No meu tapetinho e salpicar-me de suor e SOCOOOOOOOORROOOOOOOO!

Pois que não dou para a cena Zen! Note to self: A visitar um templo budista só com 4 directas em cima para estar tão cansada tão cansada que não esbouçarei um esgar!

Ramaláaaa Rxamanalá Ienliáaaaaaaa alé ali ramaláaaaaa!

É Zen, é!

Assim o melhor é mesmo ficar doida! Sempre poderei correr Almirante Reis abaixo à frente de qualquer tresloucado a gritar: “Hey Ho Let`s GOOOOOOOOOOO!”

10.10.12

É “Ótomático”!

As crianças não sabem o que querem. Querem tudo e não querem nada. Uma coisa podemos ter como certa, picarem-nos os miolos e F&/%&/%&/%&-nos o juízo está na sua lista de prioridades. Haverá melhor que ver a nossa mãe possessa a gritar num dialecto desconhecido enquanto faz uma dança indígena e arranca cabelos tal é camada de nervos? Não!
As crianças ainda não sabem nada do mundo e incrivelmente podem saber tudo sobre discos de vinil riscados. Ainda que tenham nascido no séc. XXI, ainda que mesmo um cd seja algo obsoleto, para quem vive num mundo em que um dedo arrasta imagens e faz mil coisas num ecrã! Incrivelmente um disco riscado ainda faz parte dos seus dias!
- Quero água! Quero água! Quero água! Quero água! Quero água! Quero água! Quero água!
- Quero colo! Quero colo! Quero colo! Quero colo! Quero colo! Quero colo! Quero colo!
- Opá! Por Deus! Pá! Não me enlouqueçaaaaaaaaaam! Eu já te dou águaaaaaaa! POR FAVOOOOOOOR! Poooooooooor favooooooooooooor! CALOUUUUUUUUUUUUU!
A carga de nervos, o sugar de toda a nossa energia, só é reposta com recurso a terapias alternativas, para quem como eu ainda tem aversão a psicoterapeutas, a manicure é a solução.
E o que eu gosto de passar uma hora a arranjar as unhas naqueles sítios de bairro, onde 3 ou 4 clientes estão sentadas lado a lado e temos como entretenimento a conversa entre as meninas que nos atendem e as amigas que normalmente povoam os espaços vazios do salão? Não há melhor para passar o tempo! E não há melhor terapia que a do riso!
Ontem lá fui fazer a manutenção de minhas unhas postiças, vulgo gelinho, vulgo verniz de gel, vulgo seja lá o que for, porque no entender das meninas do salão onde vou, ninguém percebe muito bem o que raio lá vou fazer se uso sempre a mesma cor entre o rosa (tão clarinho) e a cor da unha natural e um comprimento digno de unha quase roída. Para se ter umas unhas bem tratadas não é necessário ter pontas de canivete em cores berrantes ou querer rivalizar com a Cuca, a “Dragoa” (?) do Sitio do Pica-pau Amarelo! Digo eu!
O que se pode saber sobre a vida é muito interessante:
- É “Ótomáaaaaatico” o meu irmão come 15 carcaças por dia!
- Antes de eu ter 150Kg sempre tive 70Kg, fazia muito desporto, agora estou assim! Tenho 22 anos, já trabalhei no refeitório e fazia as refeições, 200 refeições e já nem podia ver comida!
- Deixe lá o meu filho é só bolos pra ir pá televisão, pró programa dos gordos, ahahahahahaha!
- (Ainda a menina dos 150Kg) Eu noutro dia estava a sair da loja (trabalha numa pastelaria!) e estava lá um cigano a querer dar-me com o presunto! “Maseu” na tenho medo de ciganos e “disse-le” logo que “le” dava ali mesmo com o presunto na cara!
Aqui quase desmaiei com o ataque de tosse que me deu, quero imaginar que o presunto era de facto uma perna de presunto, mas as histórias que se seguem são de tal forma delirantes que começo a desconfiar o que seria o presunto!
E continuam pela tarde fora…
- Sabe que eu conheci o homem mais porco que os porcos, falava comigo ao mesmo tempo que comia macacos do nariz! Assim mesmo, tirava com o dedo pequenino, com uma unha grande… Ah agora percebo a unha! E tirava os macacos, assim mesmo na nossa frente e comia!
O que me vale e sempre valeu é este meu estômago de aço, mesmo em situações complicadas!
Só mesmo uma hora de manicure para esquecermos as cenas do dia-a-dia que nos consomem energia e para as quais não estaremos nunca preparadas!
- Óia mãiiiiiiiiiii!
- O que é isso? Quem te deu chocolate? Aiiiii Coooooooocó!!! Aiiiiiiiii não mexas em nada! ARGGGGGGGGGGGG!
E esta é só a primeira provação por que passam as minhas lindas unhas, agora imaginem, e se me desse para usar unhacas de 5cm? Hã?
Uma mãe aguenta tudo! Uma mãe aguenta tudo! Uma mãe aguenta tudo! Uma mãe aguenta tudo! Daqui a 15 dias terei sempre a manutenção das unhas!
É “Ótomático”! Ficamos logo sem stress!

9.10.12

Bicicletas em Lisboa! Click! Click! Click! Say Cheeeeeeeeese!


Então que acalento um sonho! Pedalar Lisboa fora!
Cada dia que passa vê-se mais bicicletas em Lisboa. O melhor de tudo é que a cada dia vejo mais mulheres a pedalar cidade fora. Portanto já caíram 2 mitos, “Lisboa não ciclável” e “Ai que para as mulheres e´ chato!”, “O que fazer em dias de saia?” Pois que não! Já vi miúdas bem giras de bicicleta estrada fora e de saia, miúdas com muita pinta!
Portanto mulheres, bora lá! Já viram o que isso pode significar em diminuição de celulite e adelgaçamento de pernas? Já para nem falar nos benefícios ao coração?

Então que vai, não vai, procura desmesurada e lá encontrei uma pasteleira à venda, bem baratinha e nem pensei 2 vezes, peguei em mim e fui buscá-la a Brejos de Azeitão, que para loucuras em feriados de manhã estou cá eu!
- Para que é que vais comprar uma pasteleira? Nem tem mudanças! Não vais subir ruas!
- Pois tanto se me dá, com a minha bicicleta XPTO e com mudanças também não subo ruas!
Por muito que pedale, meta mudanças, tire mudanças, aquela bicicleta do camandro não responde às minhas súplicas: “SoOOOOObbEEE MaaalDDITTaaaa! ARGGGGGGGG!”
Um dia ouvir-se-ão aplausos, lagrimas serão derramadas perante a visão de minha pessoa subindo, qual diva do pedal, a Calçada dos Mouros! Oh yeah!
Pois!
Agora só tenho que a trazer para Alvalade e pedalar aqui pelo bairro, e após ganhar coragem, haverei de deslocar-me por Lisboa com minha linda pasteleira!
I Wish!
Se eu não tivesse um problema com o exercício físico e as minhas pernas não fraquejassem e a minha cabeça não rodopiasse e implorasse: “Páraaaaaaaaaaa! Páaaaaaaaaara! Mulher, os nossos membros não vão aguentar… é demasiada violência!
Há uns anos quando o meu veículo era o “Queijolas”, mítico Peugeot 205, branco, velhote o quanto baste para andar aos solavancos, fiz meia rotunda de Entrecampos com um ciclista, que albarroei, agarrado ao carro! Foi um momento verdadeiramente emocionante esse!
CATRAPUUUUM! Aiiii! MASQUÉ ISTO? OH HOMEEEEEEEEEEM LARGUE-MEEEEEEEEE O CAAAARRRRRO! AIIIIIIIIII! AHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAH! Não sabia se ria, se chorava, se gritava! Foram 8 segundos de pura adrenalina! Sempre me deu para acelerar em momentos críticos, tipo Velhaaaaaaaaaa naaaaaaaaaa paaaaaaaasssaaaaaaaaadeiraaaaaaaa, aiiiiiiiii e coooooooxaaaaaaa, traaaaaaaavaaaaaa! TRAVAAAAAAAA! Ufa!
O ciclista pedalou o mais que pode! (bem o “Queijolas” a fazer rotundas também não era nenhuma máquina dos infernos, mas eu com o stress carreguei no acelerador e lá foi o homem a pedalar loucamente para não cair!) Ri tanto, e pelo que vi rimos os dois, o tipo lá ganhou balanço e conseguiu sair ileso para a Av. EUA!
Pois que não quero passar por uma cena assim quando andar aí com a minha pasteleira, que com a outra bicicleta já dei uma bela queda por achar que conseguia, na boa, levantar o rabo para subir um passeio em andamento! OKAIIIIII! Que não! Levantar o excelentíssimo nas condições físicas actuais tem muito que se lhe diga!
E hoje começa o meu curso de fotografia, estou em pulgas!
Eu, a minha pasteleira e a minha (futura) máquina fotográfica podemos vir a viver mil aventuras!
Para os descrentes, lembrem-se que quem já viu um porco de bicicleta já viu tudo, portanto!
Portanto se passarem na rua e ouvirem alguém gritar: “Say Cheeeeeeeese!” ou “Saiiiiiiiiii da freeenteeee!” Atentem pessoas amigas, poderei ser eu!

4.10.12

As mamas e a vida! Considerações relevantes!

Assuntos de extrema importância têm-me preenchido os pensamentos nestes dias, por aqui se pode ver o que bem que vai a minha vida profissional.

Então que há anos que tento acertar com o tamanho correcto do fato de treino de minhas crianças, de uso obrigatório no colégio.
Pois que até hoje, e acredito nisto piamente, o fato de treino continua a ser desenhado com as proporções todas erradas.
O design do fato de treino das minhas filhas está para a excelência como as minhas mamas estão para soutiens Made in China.
E não me venham cá com considerações do tipo:” Eu não frequento lojas dos chineses portanto excluo-me de qualquer opinião!” Pois que não, caríssimas.
Ir à loja dos chineses em qualquer rua, ruela, beco sem saída deste país é o mesmo que ir à Primark ou para as ainda mais esquisitas à Mango (estas lojas são meros exemplos). Começando pelo cheiro é rigorosamente o mesmo. Aquela cena química, que nas lojas de bairro, por serem espaços mais exíguos, normalmente quando nos embrenhamos loja adentro, que começamos a sentir no nariz, que começa por picar as fossas nasais e que lentamente nos põe os olhos a arder, é uma realidade em qualquer loja de roupa mais comum com artigos 100% Plastic from China.
Comprovo isto em muitos exemplos. O último, uns óculos que comprei na Mango, e onde gentilmente me “deram” uma bolsa para os transportar e que me empestou a mala de tal maneira, que mesmo fechada, eu continuava a sentir o cheiro da bolsa. Exactamente o mesmo cheiro das malas da Primark, que só após semanas de uso e de preferência na rua, vão perdendo.

Voltando às mamas e aos soutiens e a coisas desproporcionadas ou feitas em massa para as massas. As minhas mamas não assentam em soutiens Made in China porque eu não tenho as mamas da Princesa Guerreira (não a Xena, que essa até tem um par bem jeitoso!), 2 cones espetados que facilmente se confundem com 2 mini cornetos. Ainda que sejam XXXXMEGAXXL são sempre em cone ou assim me parecem porque minhas mamas transbordam, em cima, em baixo, na frente e nos lados.

E tal como eu, as minhas crianças, não têm, aos 2 e 5 anos, pernas de 1,20m e braços de 0,15m de comprido. Estranho? Não para quem desenhou os fatos de treino. São fatos de treino para uma espécie que não a humana, mas sim para uma espécie que descubro agora terá pernas compriiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiidas e bracinhos curtinhos! Só me lembro de lagartos e dinossauros!
Isto de ser mãe é um sem fim de coisas e coisinhas. Quando se enrolarem com queridos cara-metade e ai que vamos fazer gente! Atentem mulheres na lista sem fim de coisas e coisinhas, e no que se vão meter, porque isto é um FullTimeJob, sem direito a nada, nem a um par de mamas decente, porque essas, coitaditas, se saírem ilesas do primeiro ano de vida de vossos rebentos, garanto-vos que descaem, mais não seja pelas constantes solicitações de colo e olhem que 12kg em média ou mais ai a pender-nos as mamas para baixo, só com soutiens de ferro!
E é com estômago de ferro que aguento considerações como: “Mãe, as tuas maminhas são assim… grandes!” E com a doçura que só uma mãe pode ter, respondo: “ E tu és a minha dinossaurazinha!”


E é que isto das mamas tem-me preenchido os pensamentos porque parece que lhes vejo referência em tudo. Com o acordo ortográfico deixei de ser Arquitecta e passei a ser Arqui”Teta”. Acrescento-lhe um R e é tudo uma treta. E vejo que a minha vida profissional bem pode ser um enorme soutien, de onde transbordo e nunca me encaixo.
Isto é que vai uma crise, pá!

3.10.12

Era um buraco para enfiar a cabeça, por favor!

O meu prédio é recente. Ainda lá andam os operários da construtora responsável. Como ainda estamos no período de garantia, há uma série de arranjos ainda da sua responsabilidade.
De há uns tempos para cá, desde esta crise miserável, que afectou a minha área de trabalho em todas frentes e empregadas lá em casa passaram a ser uma recordação de outros tempos, que a minha casa sofre com a falta de tempo, com a falta de vontade, e onde muitas vezes as tarefas domésticas são deixadas para segundo plano.
Então que tive uma infiltração na parede do meu quarto, mesmo por debaixo da minha mesa-de-cabeceira.
Chamámos o operário para lá ir e combinámos dia e hora.
Dia e hora que eu não registei no meu pequenino cérebro e portanto nunca mais me lembrei.
Porque se eu me tivesse lembrado, eu teria virado furiosa das limpezas e posto tudo num brinco, porque se há pessoa que daria uma empregada doméstica merecedora de aplausos e lágrimas de comoção perante tal eficiência era eu. Mas eu dividi o meu cérebro em dois, que estamos em época de contenção e medidas extremas são urgentes, com tanto plano de austeridade, decidi poupar metade do cérebro e utilizá-lo apenas em casos de máxima importância.
Tocam à campainha e do outro lado o pequenino operário pronto para a missão. Não me atirem já as pedras. Não estou a diminuir a pessoa, a reduzi-la a “coisinha que aí vem”. Digo pequenino porque incrivelmente é assim pequenino como eu, baixinho!
Indico-lhe o quarto e quando o pequenino homem se dirige à minha mesa-de-cabeceira, fazendo voar bolas de cotão à sua passagem, reparo que do meu lado da cama, o lençol branco é apenas uma miragem no meio dos tufos de pelo largados por um dos meus gatos e por cabelos meus do tamanho do deus-me-livre-de-tamanha-sorte-que-é-esta-de-me-cair-o-cabelo-tooooooooodo-nesta-altura-do-ano! E nem vou referir a cama por fazer… Verdadeiramente vergonhoso!
(Lembro-me agora do efeito-boomerang, ah que a senhora da bata e o cão ranhoso tinham a casa cheia de gordura… e eu? Tenho o “faroeste” a passar-me aos pés porque tenho uma inércia que me domina em frente ao aspirador… assim inexplicável…).
Como uso apenas metade do cérebro, pareceu-me boa ideia dar um salto de repente, atirar-me para cima da cama, pôr-me em posição de ladecos, qual Cleópatra, e a partir dali trocar ideias acerca da infiltração… A cara de horror do pequeno homem! Começou a gaguejar e a despachar a conversa para se pirar dali para fora… e eu começo a olhar para a minha figura e …OH DEEEEUUUSES! Será que me tomou por tarada? Para ali deitada? Eu só estava a tapar o tufo de pelos! HOOORRORIIIIZADA, vermelha que nem um tomate lá indiquei a saída ao pobre homem, que assim pequenino à minha frente ia fazendo pequenas vénias e olhando-me sempre de soslaio não fosse eu atirar-me a ele… e lá foi meio torto à minha frente a balbuciar umas cenas, que nem ouvi , eu só queria um precipício!
Isto é frequente na minha vida, à conta de me achar tão perspicaz, em “pessoa que resolve tudo”, sem problemas, dou por mim em cenas caricatas, que ficam assim nas minhas memórias como “ o dia em que eu quase virei avestruz”! Cabeça tãaaaaao enfiada num buraco!
Eu imagino se algum dia calha em assunto, este pequenino homem comentar com o seu colega, por sinal enorme, que também já lá esteve a tratar da infiltração, se eu funcionarei com todos os fusíveis! É que o colega, que até lá esteve num dia em que tudo estava um brinco, deu um grande suspiro de alívio quando eu lhe confirmei que o alto que ele via na minha cama era um gato escondido e não a criança que ele achou que estivesse a dormir a sesta, assim toda tapada, cabeça e tudo… Opá que tenho os meus problemas, que já estive mais longe de me receitarem a unidose, mas ter uma criança a dormir a sesta enfiada a meio de uma cama de casal toda tapada era no mínimo estraaaaaaaanho! Então com um tipo gigante a martelar a parede, era caso de internamento urgente!
Agora vamos lá ver se o outro homem-pequenino (se calhar nem é pequenino, através da televisão ainda não percebi, mas gosto de imaginá-lo assim tipo ratinho, pequenino, de caudinha compridinha, agarra-lo pela caudinha e atirá-lo, VRUM VRUM VRUUUUUM e PÁAAAAS! Estatelado no meio do chão! I Wish!), o que fala muiiiiiiiiiiiiito pauuusaadaaaaaameeenteeeeeee, não fará mesmo com que hoje eu me queira atirar de vez de um precipício ou apanhar um avião sem data de regresso e ir pregar para um outro país!
A ver vamos! Começa as declarações às 15h, lá pelo final da tarde teremos conclusões sobre as novas medidas de austeridade. Oh Karma!

2.10.12

R.I.P. Verdinha

Pois que "Hibernou" e foi "Viver" para o Oceanário... R.I.P Verdinha.

(tinha que ser cá em casa... Oh Deus!)

Que pivete!

Cheiros, não suporto cheiros. Maus cheiros. E o que para mim é um mau cheiro para outros pode ser um cheiro maravilhoso. “Vanderbilts” e cheiros a “Isabelina” fazem parte da minha memória olfactiva dos horrores.
Nem vou falar do metro porque isso é um clássico. E basta aquele cheiro “a pessoa”, para já ser desagradável. Tenho sérios problemas com cheiro “a pessoa”.

Sou portanto uma mete-nojo. Há pessoas lavadinhas com as quais gosto de me cruzar em elevadores. Aquelas que cheiram a colónia de bebé ou a sabonete mereciam um beijinho logo pela manhã. Já cheiro a perfumes, daqueles espessos e amarelos (Conselho deste nariz: não comprem perfumes de cor amarelo-torrado, acabam sempre por ficar a cheirar a perfume rançoso!) é o martírio.

Então se aos cheiros juntarmos gordura, sujidade amarela, há vómitos! Ai há!
Durante alguns anos visitei muitas casas, tantas que lhes perdi a conta. O meu trabalho a isso me obrigava. Apanhei de tudo. Cheirei de tudo. Mesmo tudo!

Na maioria, as pessoas são cuidadosas com as suas casas. Mas há uma minoria. Há sempre uma minoria!
E aos cheiros se juntarmos gordura e sujidade indefinida, temos BOMBAaaaaaaaa!

Há uns anos entrei numa casa onde me esperava uma senhora e um cão.
Pareciam normais quando abriram a porta. Mal entrei descobri que o cão era uma fera de 30cm de altura por 40cm de comprimento. Uma coisa meio rectangular, ranhosa, peludo-despenteada-com peladas que ladrava em falsete e a quem eu devo ter parecido uma salsicha porque a vontade de me abocanhar era por demais evidente. O sacana do cão, ao colo da dona, a qual lhe dava beijos e lhe falava como se de um bebé se tratasse, cheirava tanto a cão, aquele cheiro indefinido de coisa porca, e a mulher aos beijos naquele fedorento.
Era de tarde, devia ser Inverno, e era necessário acender as luzes dentro de casa. Como a senhora da bata estava com aquela coisa pulguenta ao colo, começa a dizer-me para ser eu a fazê-lo.

ARGGGGGGGGG! NOOOOOOOOOOOOJJJJJJJOOOOOOOOOOO! Ainda hoje estou a ver o meu dedo, em câmara lenta, esticadinho de asco, em direcção a um interruptor com o dobro do tamanho normal tal era a camada de gordura!
- Oh talvez não seja preciso acender a luz! Eu vejo bem! – BLHACAAAAAAAAA!

- Acenda, acenda!
- Não, deixe estar, deixe estar… (ARGGGGGGGGGGGG) Pronto já está! – BLHACAAAAAAAAA!

Sempre fui assim, não consigo, acabo sempre por me lixar e meter a “mão na merda”! Só para não ofender os outros ostensivamente, lixo-me sempre! Porque a vontade era: “Sua grande porcalhona passa aqui o dia alampada não podia passar um paninho na casa? HÃ? Francamente pá!
Continuei a visita com o dedo completamente tenso! Esticaaaaaaaaadinho! Para não me esquecer e no elevador do prédio não ter nenhuma tentação de coçar o nariz ou algo de género e só depois me lembrar que tinha acabado de enterrar o dedo numa camada espessa de gordura amarela! ARGGGGGGGGGGG! FÓNIIIIIIIX! PÁ!

Sarpei dali para fora, em passos largos, os possíveis porque como o chão estava todo peganhoso, a sensação é a mesma de andar em cima de caramelo derretido! E vamos imaginar caramelo, para eu não vomitar agora que já lá vai tanto tempo! BLHACAAAAAAAAA!
Isto porque, hoje fizemos a viagem Casa-escola com um cheiro a podre no carro. Trazíamos a tartaruga da escola no carro, após um fim-de-semana em nossa casa. Epá Fóooooooniiiiiiiix, meus! Acho que pode ter morrido em nossa casa! O cheiro era uma cena de esgoto com camarão! Estaria em putrefação? Ou antes de hibernar larga todos os puns para depois não ter problemas? Ai a minha sorte!

Pois que agora a abécula que lá foi à escola falar de velhas e miséria e morte, bem que podia ir lá explicar aos meninos e meninas a sorte da tartaruga! Ou isso ou eu vou ter que comprar uma tartaruga nova!
Opáaaa!

1.10.12

Mega MEGAFOOOOOOOONE!

Confirma-se. A solução é mesmo um megafone.
E não usarei o meu megafone apenas em casa, ou mesmo na rua atrás de minhas crianças ou para chamar querido marido, sem ser preciso repetir o chamamento várias vezes.
Descubro por estes dias uma série de momentos em que o meu megafone me teria dado um jeito imeeeeeeensoooo!
No supermercado:
2 Crianças, uma mãe, um carrinho de compras. 2 Crianças dentro do carrinho de compras, porque senão, em menos de nada, seriamos 2 crianças, um carrinho de compras e 1 mulher possessa provavelmente a abocanhar alfaces e couves roxa para se acalmar.
Depois de muitos "Por favor não mexas!”, “Larga isso, já te disse!”, “NãOO PIseS as COMprAS, TiirAAAAAA DaÍIIII os pés!”, momentos surreais em que eu já estou a gritar coisas desconexas como: “NÃO LAMBAAAAAAAAAS O CARRRRRRRRRRIIIIIIIIIIIINHO, MAS QUÉ ISSO, MAS QUÉ ISSOOOOO, EU ENDOIDEÇO COM VOCêEEEEEEEEEEEES!”. Depois de muitas pessoas passarem por nós e revirarem os olhos para mais uma mãe à beira da insanidade prematura ou lançarem olhares reprovadores para o meu histerismo, o qual, julgam eles, é apenas gratuito! A ver vamos se o ataque hemorroidal que lhes desejo os porá menos histéricos que eu, ah ah! Porque isto de ser mãe tem muito que se lhe diga, caros, há todo um conjunto de mazelas que ficam após um parto, portanto se muitas mães têm uma tendência histérica dentro de si, relembro-vos que o respeito por quem põe gente neste mundo deveria ser supremo!
Então que chegamos à caixa. A Mercês brinda-me com um atirar das compras para o tapete rolante e, qual pepe-mãozinhas, começa a sacar as coisas, com uma rapidez de louvar, pelo outro lado do detector de alarmes e a atirar as compras de volta, agora em voos acrobáticos, de volta para o tapete: “Pára! Páaaaaaaaaaaraaaaaaaaa com issoooooooo! Ai porra, pá! Eu já estou a enlouquecer! A(/&/&T&/&%R66gw76e53*P**P=?’o! ARFO, ARFO, ARFO, acho que por vezes me oiço rosnar, e nada querem lá saber! E é a arfar que chego à caixa.
E atrás da caixa uma delicada menina, novinha, olha para mim, e diz-me: “Tem que ter calma, não se enerve, faça como eu que nunca me enervo, sempre calma e…”. Só faltavam os passarinhos a sobrevoar-lhe a cabeça PIU PIU PIU!
Mega MEGAFOOOOOOOONE!
- OIÇA LÁ TEM FILHOS? – Quando o único registo a que já nos habituamos são os gritos, um megafone seria com certeza ainda mais eficaz, estão a imaginar o nível de decibéis?
 - Ainda não! – Com sorrisinho idiota e ainda os passarinhos por cima da cabecinha, a girar, a girar!
Mega MEGAFOOOOOOOONE!
 - POIIIIIIIIIIIS! Então guarde lá a sua calma, descanse enquanto pode e depois (Mega MEGAFOOOOOONE!) DEPOIS LOGO ME DIRÁAAAAAA, OKAIIIIIIIIIIIIII?
Outro local onde eu adorava ter um Mega MEGAFOOOOOOOONE era nas lojas.
Na Primark, de todas as vezes que lá vou, sou sempre perseguida, e isto é mais certo que o meu diagnóstico de insanidade prematura, lá pelo meio dos cabides e charriots, por uma pessoa-melga, daquelas que fala sozinha e quer conversa. “ Ai, não sei estas calças, se calhar levo encarnadas, se calhar às bolas…” Eu afasto-me! “Isto não sei…talvez aquilo” Eu afasto-me! A pessoa-melga nunca desiste, começa a fitar-me e a querer rir para mim, com pares de calças 100% Plastic from China em cada mão e outras cenas China-Made ao pendurão nos ombros. E eu afasto-me! E a criatura continua naquele sussurro, aquele sussurro… Mega MEGAFOOOOOOOONE! “ Ó MuLHERRR, ARGGGGGGGGGGG, ARRRRRE, XIIIIIIIIIIIIISPAAAAAAAAA! NÃO QUEROOOOOOOO C.O.N.V.E.R.S.A.S, OKAAIIIIIIIIII? FÓOOOOONIX, MEUUUUUUUU!”
Já aqui tinha comentado o detalhe da minha falta de simpatia, verdade? Pois que sou carrancuda e gosto mesmo muito de estar na minha. Incrivelmente tenho grandes amigos e amigas, um grupo de beneméritos que me atura as neuras, boa gente, essa!
Claro que o tinhoso do café não se livrará do meu Mega MEGAFOOOOOOOONE  “Boooooom diiiiiiia, um caféeeeeeee por favooooooooor, e XIIIIIIIIIUUUUUUUUUUU!”.
Mega MEGAFOOOOOOOONE Boaaaaaaaa semanaaaaaaaa!