Então que já fui uma fada do lar! Logo quando casei, até cuecas passava a ferro! Um dia, iluminada por um qualquer ser não terráqueo, tive uma epifania e comecei a ver-me ali a passar a ferro umas boxer! Estás parva ó quê? Ó quê e não é que estava mesmo? Qualquer sacudidela bem dada põe as boxer num mimo, e convenhamos que é mesmo parvo estar para ali a passar peças que assim que são vestidas são logo amarfanhadas para dentro das calças…
Pois que nos dias que correm tenho uma relação ambígua no que toca a tarefas domésticas! Adoro ter a casa arrumada e limpa mas desce-me uma inércia perante tal cenário, que só me apetece gritar, esbracejar, mandar vir os tipos da Remar, dar tudo e ficar apenas com o essencial para viver! Posso sempre alegar um espirito minimal!
Ontem, pelas 23h, querido marido a caminho da Alemanha pede-me que lhe passe a ferro uma camisa… OKAIIIIIIIIIIIIII! Esqueceu-se daquela, a “preferida”, quando fez o saco para o homem da engomadoria… Que tenho uma alma boa dentro de minha pessoa e lá fui eu… ÉFE para isto tudo (estão a ver? Hoje não disse foda-se!).
Agarro-me à Vaporeta, coisa maléfica, que em alguma parte da sua vida (que já NÃO durará muito, visto eu também ser a feliz dona de uma martelo, um M.A.R.T.E.L.O!) terá sido alvo de um mau-olhado e nunca mais funcionou bem! Bom, de facto a primeira a usá-la foi uma empregada que eu tive, tão pitosga tão pitosga que só passado meses a viver na sua casa se apercebeu que o que via ao fundo na paisagem eram barcos e o rio (!?). Passava a ferro com a cara quase na tábua! A segunda era completamente esgrouviada e deixou cair a Vaporeta, a pobre nunca mais recuperou!
Pois que ontem, aquela máquina dos infernos, decidiu que não deitaria vapor… já não bastava a camisa ser feita de QUÊ? De QUÊ? Passo o ferro para lá, passo o ferro para cá e aquela coisa sempre com vincos… sempre com vincos… F word, F word!
Agarro na Vaporeta, assim na vertical e aquela camela, que afinal tem boças invisíveis, começa a cuspir vapor, qual dragão das profundezas… XuUUUUUUUUUUUUU SHEEEEEEE XUUuuuuuuu! Eu agarro-a com toda a força! Parecia que tinha vida! GRrrrrrrr! Uma luta entre mulher e vaporeta! XuUUUUUUUUUUUUU SHEEEEEEE XUUuuuuuuu! Por fim lá a domino! Aquela galdéria (viram? Não disse puta!) dos infernos começa a cuspir uma água castanha! Vingativa, a merdosa! E… Aiiiiiiiiiii! Qué isto na parede? ARGGGGGGGGGGG! Possessa e enlouquecida, naquele momento só me apeteceia abrir a janela e “Vaporeeeeeeeeeeeeta vaiiiiiiiiiiiii! Catrapum!
Na minha parede branquinha a água castanha a escorrer! Uma mancha enorme, assim a escorrer, parede abaixo!
Para grande espanto meu, controlei-me! Deve ser da idade! Há uns anos uma certa impressora, madrugada adentro de um dia de entrega de trabalhos na Universidade, podia ter descrito a esta Vaporeta o fim de máquinas maléficas!
Limpei tudo, tirei toda a água à cuspidora e lá consegui passar a camisa ao homem! Um IPhone, um Mac, aquele par de botas giríssimas… a lista engorda, querido marido! Às 23h passar camisas de fato “impassáveis”, vincos que nem à paulada desaparecem é dose! Aquela blusa, uma ida ao “restórant”… trabalha, homem, trabalha muito, um dia serás rico e eu vou já organizando os meus pedidos!
Valha-nos a Engomadoria porque em casa já não (nos)passamos a ferro!
Agora para não andar amarrotada só com um bom “Shake, Shake, Shake”!
So, shake it all up!
Foi da luta, a vaporeta gregoriou!
ResponderEliminarOu então é calcário, que o FDP do meu ferro de engomar que não chega a vaporeta já me cuspiu assim na roupa acabadinha de lavar.
NA ROUPA!!
FDP!