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2.2.13

Go for it!

Apontamento 1:52

"Escolhe um trabalho de que gostes, e não terás que trabalhar nem um dia na tua vida." (Confúcio)
Adoro casas.
Adoro perceber como cada pessoa utiliza o espaço a que chama casa.
Há uns anos olhava para um edifício e imaginava o bom que seria poder ir de piso em piso, do primeiro ao último, poder entrar em todas as casas, poder ver como cada habitante utilizaria o espaço igual ao dos vizinhos mas personalizado à sua medida.

Mal eu sabia que visitaria mais de mil casas. Nunca me aborreci. Posso continuar a fazê-lo durante anos. Cada casa será sempre uma surpresa.
Vi de tudo. Vejo de tudo. Da mais humilde ao luxo absoluto. Incrivelmente o estatuto da casa não me fica na memória. O que fica são sempre pormenores e detalhes de como é habitada e de quem a habita. Incrivelmente não foram as mais luxuosas que me ficaram na memória.
Tirei o curso de arquitectura. Escolhi no último ano do curso a especialização em recuperação do património. Estou a tirar um curso de fotografia. E a loucura por casas continua.
Passo horas e horas a fazer pesquisas na net, a olhar cada detalhe.
Não tenho nenhum desejo especial em construir uma casa. Tenho, isso sim, um desejo crescente de começar a fotografar espaços com outro olhar. Com tudo incluído. Tal como as pessoas os vivem.
Não gosto de casas-catálogo, casas-museu, casas-de-revista, casas- Querido-mudei-a-casa, casas-demasiado-perfeitas. Gosto de casas repletas de vida. De objectos. Casas com a cara dos seus habitantes. Casas que não podiam ser de outros que não dos seus. Feias, bonitas, pobres, ricas, urbanas, rurais, pequenas ou grandes. Cada casa é um lar. Cada lar é uma vida, são várias vidas.
(continua)
(este foi o primeiro de cinquenta e dois, um apontamento por semana durante cinquenta e duas semanas)

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