Há uns anos (MUITOS, fazendo bem as contas… MUITOS!) estava eu sossegada a caminho da Universidade, ao volante do mítico “Queijolas”, Peugeot 205, quando começo a ser perseguida.
- Ó diabo, tu queres lá ver este tipo!
Pé no acelerador, “Queijolas” a prego-a-fundo, o que equivalia a uns valentes 35km à hora, VRUUUUUUUUM! O tipo a par comigo, VRuUM! Começa a apitar e a acenar! Ó Juliiiiiiiiiiiiiii! Ó Juliiiiiiiiiiiiiiiiiiii! PIIIIpiiiiiiiiiipiii pipi!
- Ó cromo baza, mas quem é este tipo? Ó valha-me a Santa!
- Ó Juliiiiiiiiiiii! “Atão”? Tudo bem! Ah Ah Ah!
O tipo não desistia! Vrum. Cabelos ao vento, vidro todo aberto, braço todo de fora, a 90graus, posição meio-de -ladecos, agarrado à porta, a dar palmadas no chassi em jeito Go Go GO! A virar o volante e a meter mudanças só com a mão direita, a meter uma abaixo, vrooooooomVrOm, para me apanhar em plena curva e acenar aos gritos: “Ó Juliiiiiiiiiiiiiiii! Atão? Tudo bem? Ah ah ah!” Era boa pessoa e queria cumprimentar-me, nem que para isso nos enfaixássemos os dois numas silvas à entrada da Av. de Ceuta (direcção Alcântara)!
- Ó Juliiiiiiiiiiiiiiiii! Tudo porreiro? E tá tudo bem? Tá? “Atão vá”! Fica bem, ó Juliiiiiiiiiiiii!
- Está tudo bem, sim… ERrrrrrrrrrrrr… (Ó caraças meu! Vai anda lá! Ó pá!) VRuuuum!
Ainda o estou a ver. A insistir que eu lhe respondesse e eu mesmo a ver a minha testa no retrovisor e toda a dentição frontal espalhada no asfalto!
Foi bom eu ter respondido, ter dito adeus acenando: “Sim tudo bem, e contiiiiiiigo?”. Fiz uma pessoa feliz. por lhe ter dito olá. É tão simples, não acham?
Outra vez ía rua fora e fui abalroada por uma pessoa que guinchava:
- Ólha lá já não se fala? Óoooo! Ó!
Uma pessoa de bata, com as mãos na cintura, cara de poucos amigos, ofendida com a minha distracção , exigia explicações. Não sei quem era. Nunca saberei, porque simplesmente não a conhecia. Tive pena que estivesse naquela figura para nada e não fui de modas, espetei-lhe 2 beijinhos: “Desculpa que nem te estava a ver, ía tão distraíiiiiiiiida!”
- Ah `tava a veriiii ó! Tava a veriiii! Dá cá beijuuu!
Acho que a pessoa de bata foi mais feliz e nada desiludida, eu não a conhecia, mas não me custou nada dizer-lhe olá! Convenhamos que o escândalo que me fez ajudou! De bata e aos guinchos? Dois beijos, e é para já minha senhora, ora essa!
É por isto que eu digo sempre Bom-dia, Boa-tarde, Boa-noite, Até-amanhã, com quem se cruza comigo. Mesmo que eu não saiba quem é! Temam-me! Tenham muito medo! Qualquer dia arranjo um cartão grande e entro no colégio de minhas petizas, qual Carmen Miranda, abanando-me, e gritando: “ Bom dia, minha gente! BÃO DXIA, meu bem! Bão Dxiiia!
Este assunto é recorrente, mas custa muito dizer Bom-dia? Ó gente mais parva!
O que não é de todo o vosso problema, pessoas de ma vie! Um BOM DIA por vous! Salut! Que não há cu! (Tento na língua, Juliiiiiiiiiiiiiii!Ai, ai, ai! Depois vem a Educadora: "Sabe que a Mercês disse... ah...Porra? Ai a culpa é minha e peço desculpa...! Pois ela disse logo que a mãe também diz! Hum...! Tento na língua Juliiiiiiiiiiiiii!)
Pois, não custa mesmo nada cumprimentar as pessoas com quem nos cruzamos durante o dia, seja na nossa rua, no café, no trabalho. Eu faço-o e com muito orgulho! Mas a maior parte das pessoas nem se digna responder, são da maior estupidez possível.
ResponderEliminarAqui há dias, depois de estacionar o carro na minha rua, enquanto estava a tirar o miúdo lá de dentro, um senhor parou à minha beira e disse-me "Olá, boa tarde, como está?" e eu respondi "Boa tarde, estou bem, obrigada.", e o senhor continuou "Então e a família?", e eu "Estão todos bem, obrigada.", e o senhor sorriu e seguiu o seu caminho. Entretanto o miúdo, que tem 4 anos, perguntou quem era o senhor e eu respondi "Não sei, mas foi simpático e cumprimentou-nos e não custa nada cumprimentar também.". Depois reparei que o senhor entrou para o prédio ao lado do meu, pelo que deve conhecer-nos, mas eu juro que nunca o tinha visto... ou, pelo menos, não me lembro...
P.S. - Por outro lado há uma... chamemos-lhe... senhora, vá... proprietária de um cabeleireiro lá na rua, onde fui umas 3 vezes, mas fui tão mal atendida da última vez que deixei de lá ir. De qualquer forma, educada que sou, quando passo por ela digo bom dia, boa tarde, boa noite e a... senhora... nada! Não diz nada e ainda me vira a cara! Malcriadona! Até parece que lhe devo alguma coisa!
ResponderEliminarHá pessoas que nem de megafone em riste juntinho à ponta do nariz lá vão ;)
ResponderEliminarah,ah, ah Juli tu és do pior :)
ResponderEliminarQuanto a opção dois, também me cruzei à saída do metro de sete rios com uma estranha que me disse então há tanto tempo e tal M. e ali estive a acenar com a cabeça e a conversar com alguém que até hoje nem me lembro quem seria! Estou senil!!!
não posso com gente de fucinheira e trombuda!! arre para lá santanás!! MAL ENCARADÕES... um chapadão nas fuças a cada um a ver se eram mais simpáticos...raça danada!
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