Ai que faço. Ai que aconteço. Mas isso é depois. Quando já me passaram todos os achaques e mariquices.
Para fazer qualquer coisa é todo um tormento. Descabelo-me. Tenho ataques de pânico sem os ter. Transpiro. Vou mil vezes à casa de banho. Fazer pinguinhas, nem sai nada… Desisto. Descabelo-me. Descabelo os outros. Normalmente o Gil. Antes era a minha mãe. Às vezes até os gatos. Ai que não consigo. Ai que não sou capaz. Ai que não. Ai que nem tento. Ai e se depois? E se? Se?
Bom, estão a ver o filme de classe C em que eu por vezes me enfio e protagonizo o papel principal, não estão? A diva da desgraça mais desgraçada, mais franciscana, mais pão e água, pão duro e água lamacenta? Estão a ver? Pois…
Há uns anos foi com o carro. Tirar a carta foi canja, passei a tudo à primeiríssima. No dramas! Pior foi quando já tinha a carta na mão. Infernizei os dias à minha mãe! Ai que nunca vou conduzir, ai que sou uma lontra e as lontras não nasceram para conduzir, ai eu isto, ai eu aquilo, ai que serei velha e ainda irei no 17 para a praça da Figueira, ai, ai, ai! Um inferno! Depois fiquei com o “Queijolas”, o mítico Peugeot 205, da minha irmã. Novo drama. EU NÃO VOU SOZINHA POR AÍ FORA. EU, A CONDUZIR? Infernizei o Gil, dei-lhe conta da paciência. E mantive-me fiel ao 49 para a Universidade. Até ao dia. Até ao dia em que de manhã em frente ao espelho vi uma parva. Nesse dia fiz o caminho igual ao autocarro. Garanti que se me arrependesse, estacionava e apanhava o fiel 49. Não foi preciso e nunca mais larguei o carro.
Ver a vida como um jogo da Nintendo. Primeiro é difícil passar o 1º nível. Ficamos para ali horas agarradas áquilo. Tic tic tic tic e nada. Depois lentamente lá vamos passando os níveis e saindo vitoriosos.
Pois então comecei a guiar-me pelos ensinamentos do Super Mário e juntos temos vindo a passar alguns níveis.
Com a conversa de ontem e com a entrega do diploma amanhã tive que ir buscar esta minha força virtual e pensar que de facto temos que arriscar. Só que custa tanto, tanto! Dá tanto trabalho…
Da última vez que arrisquei lá me safei. Nessa altura tinha acabado de ter a Rosarinho. Ainda com dores do parto lá fui a uma entrevista e fiquei. Percorri milhares de quilómetros e durante anos tenho feito algo que gosto mas não me preenche, no entanto paga as contas. Mal, por estes dias, mas paga!
Amanhã recebo um diploma e tenho terror de avançar. Tenho um medo… fico petrificada só de pensar em fazer alguma coisa e à minha volta vejo gente a fazê-lo com o maior dos à vontades e sem nunca se ter esforçado por aprender ou fazer melhor, fazem e pronto! E eu para aqui com teorias…
Tic tic tic tic, um nível tic tic tic outro nível… tic tic tic… tic tic tic…
Dias difíceis, gente, dias de decisões e muito cu encolhido por estes lados… tic tic tic tic tic!A ver se consigo passar outro nível... tic tic tic...
Boa semana, pessoas! Vou ali debitar iguais teorias sobre o Tetris e ver se encaixo ideias.
Até já!
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