- Mãe, quem fica primeiro?
- Não sei.
- Não sabes?
- Não sei. Portanto não vou dar nenhum palpite.
Isto porque na semana passada fui acusada de ser uma grande mentirosa quando lhe disse que seria a primeira a ficar na escola e afinal foi o pai quem ficou primeiro no metro.
- Mãe, diz-me lá, sou eu que vou ficar primeiro?
- Já te disse que não sei.
- Não sabes? Como não sabes? Tens que saber.
- Eu já te disse que não sei, deixa o pai chegar e ele já te diz.
- Mas se o pai ficar primeiro eu não fico primeiro e assim quem vai para a escola primeiro? Eu vou ser a primeira? Tu tens que saber! Vou ser eu?
- Já te disse que não sei, não me estejas a obrigar a dizer aquilo que tu queres ouvir.
- Eu não estou a fazer nada disso! Sua MÁ! INJUSTA! Eu nunca sou a primeira... é sempre o pai! DEIXA-me mãeeeeeeeeeeee! INJUSTA! MÁ! Mázona! BUUUuuuuUUUUUUUUUáaaaaaaaa!
Dão cabo da minha paciência, antes das 9:00 da manhã, já estou a ser acusada de injusta, má, mázona, por ter tentado evitar uma discussão que rapidamente se transforma num berreiro...
- Cala-te, não se fala assim com a mãe!
- Não me calo! NÃO ME CALO! DIZ-ME quem fica primeiro, sua máaaaaaaaaaa!
E depois chega o pai, airoso, entra no carro e do alto da sua calma ayurvédica, oooooooOOOOOOOooooom, pergunta:
- Não grites com as miúdas, tens que ter calma.
Eu? Eu tenho muita calma, muita calma até me fritarem o juízo, até me passarem com o rolo da massa, antes das 9:00 da manhã, amassarem bem o pastel de massa tenra que é o meu cérebro a essa hora. Muita calma até! Até me picarem os miolos, bem picadinhos com questões absolutamente secundárias.
- ÓOooo mãeeeeeeeee tu dissesteeeeeeeeeeeeeee, disseste siiiiiiiiiiiim!
A adolescência antes vinha mais tarde, ou estou enganada?
Arre Porra!
E a procissão ainda vai no adro.
E esta semana de sol, minha gente? Até já.
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