Gordo.
Com um gosto discutível para outfits.
Um tipo gordo, que grita impropérios, às 4 da tarde.
Um tipo gordo de pijama, a gritar: Puta da Velha! Vai à merda, ó velha!
Uma velha de andarilho que por acaso é a sua mãe.
Uma imbecil com gosto aparente por drunfos, que por acaso é sua irmã.
Um surdo de conveniência, com cento e tal anos, que por acaso é seu pai.
E eu, que por acaso sou vizinha destas avantesmas.
Ou serei, assim que acabem as obras na minha casa nova ainda que velha.
Um gordo, com mãos sapudas, agarrado ao que é meu, por direito, e por torto.
Um gordo, com mãos sapudas e pegajosas.
Um gordo, alapado ao que não lhe pertence e aos gritos: Puta da Velha! Vai à merda, ó velha!
Às 4 da tarde. Apijamado.
Um canteiro que por acaso é meu.
Um canteiro protegido apenas por uma grade larga.
Tão larga que deixa passar as mãos sapudas do apijamado.
O mesmo apijamado que grita à 4 da tarde impropérios à velha de andarilho.
Puta da Velha! Vai à merda, ó velha!
E ao mesmo tempo acaricia as flores...horrendas… tipo couves…
Que o surdo de conveniência, e centenário e usurpador, plantou no meu canteiro.
Eu até podia manter as couves, que não tenho tendência para retro escavadora, mas depois de meter polícia, fiscais da câmara, denúncias e outros mimos proporcionados por tão adorável vizinhança, a minha paciência acabou.
De nada vale, neste nosso país tentarmos ser civilizados, de nada serve comportar-mo-nos de forma cordial, porque a paga é sempre contrária. De nada serve ir pessoalmente pedir desculpa e paciência por desconfortos causados pelas nossas obras, porque não será essa a via escolhida à primeira queixa, mas sim ser bufo e fuinha.
Portanto, os ménes do lado que não esperem coligações que eu cá não estou para cenas. Sobretudo coligações pós-fétidas. Coligações de conveniência. Como a surdez da múmia que insiste em tratar-me por vizinha e plantar desgostos no meu canteiro enquanto tenta a paz podre e dissimulada, aquela do tipo deixa estar que prá próxima...
Olha que agora era já a seguir, um apijamado, com verborreias mentais, a gritar impropérios, coligado comigo, em que o bem comum é o meu canteiro.
Uma drunfada com tendência para bufa, um surdodeconveniência e a do andarilho a reboque.
Então que após as queixas, assim que a poeira acentou, o surdodeconveniência tentou a abordagem da coligação.
Pode meter a coligação no realíssimo. E levar as flores a pastar noutras paragens. Cá estaremos para embelezar o canteiro à nossa maneira e de forma independente. Em que o único cheiro fétido será o do estrume a fazer o seu melhor e mais digno papel. Porque até a merda tem direito a uma segunda oportunidade. Sobretudo a feita para tal ainda que com a conivência do seu defecador.
Querem cena mais actual que isto? Sorte marreca.
Eu marreca e só malucos à minha volta.
Eu maluca e só marrecos à minha volta.
Tá tudo doido, pá!
E nunca mais é verão! Porque eu lá estarei outra vez… estaremos!
Boa semana e muita castanha e muita jeropiga e muito de tudo, queridas pessoas, "qu`isto não tá pa risotas"!
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